O CIRCO E A ARTE

Todos nós sabemos das dificuldades enfrentadas pelos artistas em nosso país. Artistas circenses vivem por aí, marginalizados, sem trabalho, sem espaço para mostrar a sua arte, sem um picadeiro, sem uma lona, sem estrutura para desenvolver a arte do sonho, da precisão na sua arte malabarista, da sua arte trapezista, flutuando como um saltimbanco na alegria de ser um artista de circo com todo seu riso, toda sua alegria, sua magia, sua devoção.
Sabemos do teatro mambembe como sabemos das alterações climáticas do planeta, ou seja, nada. Da trupe que levava seu espetáculo nômade aos diversos lugares e recantos do país com maestria e graça, não temos conhecimento. De carroça, na boléia de um caminhão, de ônibus enfrentando todas as dificuldades possíveis que só o amor a arte pode superar, essa brava gente de coração pintado multicor, sem preconceito, sem vaidade (a única, levar a arte a todos), essa gente está sem palco; as dificuldades de produção, financeiras para montagem de espetáculos, tornam inviáveis a manifestação da arte.
O governo federal e o Ministério da Cultura através da Funarte está lançando um Edital com o nome de "Prêmio Carequinha" como incentivo para o circo, premiando 103 projetos que visem o resgate e a valorização da arte do circo. São mais de 2.000.000,00 de reais destinados a projetos de pesquisa na área circense. Visa encontrar caminhos e soluções para o circo, seu futuro, sua viabilização e seu resgate como cultura tradicional.
É preciso que resgatemos a nossa identidade com o circo. Nossos filhos precisam dessa arte, de sua alegria contagiante. Entre palhaços e bichos amestrados, domadores e feras, reina a essência do circo.
Edilberto Abrantes

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