LEMBRA DO CORAL ELÁDIO MELO?

A arte não tem fronteiras e deve ser expressada de forma ilimitada usando todos os recursos para dar forma e cor a arte por ela representada. Não tem nada mais belo e mais audível neste mundo do que um canto coral. Um coral de vozes bem afinadas, em sintonia com a música e a união das vozes Soprano, Contralto, Tenor, Baixo e Barítono sem falar em um maestro e suas aulas de canto, e seus ensaios fatigantes, constantes, cansativos mas com um objetivo claro, dar harmonia e simetria ao canto coral com seus arranjos maravilhosos, verdadeiras obras de arte executadas apenas pela sonoridade de vozes com toda maestria e musicalidade. Quem não se lembra do Coral Eládio Melo da cidade de Sousa-Pb? Coral que na década de 70 do século passado iluminava com seu canto as platéias nordestinas do sertão ao litoral, tendo como maestro José Queiroga de Melo. Naquela época Sousa brilhava com seu Coral na Paraíba como um dos melhores do Estado. O repertório era sensacional, rico pelas obras que executava como Aleluia de Haendel, Assum Preto de Luiz Gonzaga, obras do maestro Benedito Lacerda, Nelson Ferreira, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e tantos outros...

Nesses tempos bicudos em que se procura uma identidade musical para encher os vazios e lacunas deixados pela falta de grandes manifestações culturais na região, é muito bom lembrar do Coral Eládio Melo.

Foi tão meteórica a sua passagem por Sousa, que após o seu desaparecimento 30 anos depois não se formou aqui nos trópicos sertanejos, um coral ou algo que se assemelhe com o Coral Eládio Melo. Ai que saudade.

Edilberto Abrantes