Sou Poeta de Cordel
e nem é bom me provocar
em se tratando de cordel
gosto de me aventurar
fazendo da poesia
minha arma meu lugar!
Só não faço apologia
e nem tampouco me aventuro
a cantar sem ter prazer
gostar de gente sem futuro
não vou perder o meu tempo
que não sou fogo de monturo
Para poder me destacar
para cantar meu repente
preciso sim de leitores
dessa gente consciente
que devora meus escritos
de uma forma indigente
mastigando minha lira
meus casos, minhas estórias
que para contar um ponto
é preciso ter memória
fantasiar personagens
contar deles suas glórias
e com fome de saber,
porque o prazer do poeta
é ser lido e ser escutado
de uma forma completa
ter sua obra entendida
de uma forma seleta
sem diferença de estilo
de classe gramatical
seja leitura acadêmica
romântica ou social
tenha a força do cordel
preserve o tradicional
com a força de Patativa
e de tantos repentistas
de poetas de cordel
que em suas narrativas
criaram um encantado
mundo de artistas
no imaginário popular
como Pedro Malazarte
e Chicô o saltimbanco
que na arte de fazer arte
na grandiosidade infante
do riso e sua parte.
Quem quiser saber de mim
me procure na poesia
nos artigos, nos ensaios
no canto, na alegoria
na música da minha prosa
batucando fantasia!
Edilberto Abrantes.
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