CADÊ O CINEMA?


O cinema mundial vive de superproduções e de grandes bilheterias. Gasta-se somas incalculáveis com roteiros cada dia mais complicados, locações em locais que dependem de grandes investimentos devido ao desenvolvimento de novas tecnologias para o cinema, como os efeitos visuais, a tecnologia computadorizada, a tecnologia 3D etc... O cinema dia-a-dia se afasta dos estúdios, procurando novas idéias, novas histórias, novos roteiros e novos investidores para suas produções, em virtude do sobe-e-desce nas produções cinematográficas onde cada dia gasta-se mais com atores, diretores, produtores, locações, marketing e publicidade. A produção de cinema exige um elevado investimento, mesmo porque o mercado cinematográfico evolui a cada dia como indústria e arte de entretenimento. O que não se entende, é por que o cinema não chega às pequenas cidades do país. Por que as cidades brasileiras em sua grande maioria não possui uma sala de cinema. Por que o cinema não chega às populações como a sétima arte com todo o seu charme, toda a sua cultura, todo seu poder de sedução!

Imagine voce, que na minha cidade no século passado em 1918, o cinema chegou! era o cinema mudo, animado por uma bandinha que no desenrolar das cenas em preto e branco entoava canções para a harmonia do imaginário popular, que ouvindo as falas do apresentador da fita e a música fazendo a trilha sonora, se deliciava com as imagens de uma paixão de cristo, em um cinema ao ar livre embaixo de uma mangueira, de uma tamarineira no meio da rua, cada um levando o seu banquinho para assistir confortavelmente uma sétima arte que estava surgindo, com sinais de modernidade no início do século XX. Nascia o gosto pelo filme, pelo cinema, pela imagem na tela.

Não entendo por que hoje, com toda tecnologia e com toda a publicidade que se faz em torno do cinema e suas grandes produções, ele não chega a grande maioria da sociedade. Não estou falando de um lugarejo, de um rincão perdido no meio do nada; de uma ilha no meio de um oceano, de um oásis no meio de um deserto. Ilha, oásis está se tornando a cultura de um modo geral. Discute-se tudo entre os governos: política, exportação, mercado de ações, capitais, política externa e interna, menos a fome cultural de um sociedade relegada a filmes B e produções de baixíssimo nível cultural onde a violência e o sexo são a tônica para alienar e informar de forma pervesa o cidadão brasileiro. Não é este modelo de cultura que sonhamos e queremos para o nosso povo. Queremos cinema de qualidade e salas de cinema para levarmos nossa família e nossos filhos.


Edilberto.

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