Carnaval: Um barato que sai caro


O Carnaval não é mais carnaval! Não há foliões e colombinas pelas ruas, bailes e corsos da vida. As cidades não se enfeitam mais para o carnaval, não existe mais aquele colorido, o glamour de outrora com as serpentinas, a lança-perfume, as marchinhas de carnaval, o frevo fazendo o chão tremer, puxando troças, blocos, agremiações carnavalescas. Cadê a nossa maior manifestação popular? óculos irreverentes, chapéus coloridos, camisolões e vestuários exóticos fazendo a diferença? Hoje tudo se resume à mesmice do axé baiano, insosso e alienado, alienante que massifica e descaracteriza nossos jovens numa bestificação sem par. Bailes de fantasia, matinees carnavalescos, manhãs de carnaval, tudo isto é coisa do passado, que ficou na memória do tempo e na história de uma época romântica e social em que as manifestações populares faziam parte da cultura do nosso povo. Hoje não! Existe uma máquina de fazer dinheiro chamada circuito alternativo das bandas de axé baiano, que de forma empresarial mudou a cara e a cultura do nosso povo usando a mídia e uma música de péssima qualidade para ocupar os espaços do carnaval nas pequenas cidades nordestinas, tudo porque por ser uma música de péssima qualidade, é barata e pode ser feita na rua com baixo investimento, tornando-se num barato que sai caro para a cultura popular.

Edilberto Abrantes.

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