Vou Voltar Pro Mato


Quero voltar para a roça, voltar para o mato feito bicho que sou, viver no rudimentarismo da minha ignorância, da minha incapacidade de viver socialmente, viver em comunidade. Quero sair daqui dessa vida provinciana, desse lugar suburbano onde não canta mais um sabiá... Onde não se faz mais serenatas! Onde não se articulam ideias construtivas para um projeto de melhoria do cidadão; onde ninguem vive seus limites, mas no limite do seu stress, da sua infração, do desrespeito as liberdades individuais. Quero voltar para a campina da serra, para o grotão, para o ôco do mundo, pois lá sou eu mesmo, não tenho que engolir sapo, nem que escutar um pregador propagando o final dos tempos e o fim da espécie humana. Para mim o ser humano acabou faz tempo. Vive pelos seus instintos, na sua animalidade desrespeitando a tudo e a todos.
O Instituto Unisol em convênio com a Unimed e a Prefeitura Municipal de Sousa instalaram o projeto Pro-rampas na cidade para inclusão social daqueles que tem deficiência de locomoção e usam cadeira de rodas, construindo 120 rampas nas principais ruas da cidade, mas tem gente que com o espírito de Caim e de porco, estacionam seus carros e motos na frente das rampas e tornam o acesso dos deficientes impossível. Isto é ser cidadão? não. Isto é ser cínico e nocivo à sociedade, pela sua falta de humanidade e respeito para com a comunidade e seus problemas sociais. Já não bastam os bares com cadeiras nas calçadas impedindo o tráfego de pedestres e pondo a vida destes em risco? Será necessário uma reação da sociedade, se manifestando contra essa falta de solidariedade. Enquanto isto não acontece vou voltar para a furna, para a toca, para o meu habitat, porque lá eu não tenho predador, aqui não, sou caçado pelos meu pares... Lá, camaleão não caça camaleão!
Edilberto Abrantes.

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